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No dia 9 de maio, entre as 14h e as 15h30 (BST), decorreu a workshop promovido pela Associação em Rede Internacional Lusófona de Investigação-Ação Colaborativa, EstreiaDiálogos, em modalidade online. Contou com 22 participantes, de Portugal, Brasil, Moçambique e Angola.

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Foram debatidas as seguintes questões orientadoras da sessão:

1. Qual é o papel das instituições de ensino superior (IES) na facilitação da investigação-ação nas escolas?

2. O que motiva os professores das escolas para a realização de investigação-ação colaborativa?

3. Que condições são necessárias para apoiar a investigação-ação colaborativa entre escolas e IES?

 

Em relação à primeira questão, foi salientado o apoio e acompanhamento de processos de transformação dos contextos escolares, contrariando a perceção, ainda muito comum, das IES como espaços hierarquizados de aplicação de soluções para os outros níveis de educação/ ensino. Isto acontece porque os modos mais tradicionais de fazer formação e investigação privilegiam, habitualmente, um fazer sobre e para os docentes, não com os docentes. O trabalho académico, habitualmente associado à produção teórica, é, contudo, valorizado, na sua dimensão conceptualmente orientadora da ação e reconhecido como pertinente para apoiar o trabalho nas escolas.

 

Relativamente à segunda questão, foi vincada a motivação associada à quebra do isolamento profissional, a procura de desafios profissionais e a busca por respostas para problemas e dilemas prementes da prática, como o elevado número de alunos, a diversidade dos ritmos de aprendizagem, ou a falta de recursos materiais e humanos. A procura de parcerias com o ensino superior responde, com frequência, a este tipo de necessidades, que reforçam um papel profissional associado à investigação da prática, com vista à sua melhoria.

 

Em relação à terceira questão, foi salientada a necessidade de uma mudança para práticas mais colaborativas e relações de poder mais simétricas ou horizontais na relação entre IES e escolas, para que as condições de participação (e de construção de conhecimento) assentem em bases mais participadas e mais democráticas. Uma lógica de construção colaborativa da profissão docente, com forte ancoragem numa prática profissional alinhada com os interesses da educação escolar, é necessária para reconhecer os professores como investigadores e produtores de conhecimento. Para isto, torna-se essencial desenvolver processos comunicativos de coautoria e de escuta do outro, bem como combater a desvalorização, em vários meios académicos, da investigação-ação como modo legítimo de produção de conhecimento e de formação profissional. A crescente privatização da educação, nos vários níveis de educação/ ensino, atua como obstáculo ao estabelecimento de espaços públicos para a reflexão e ação conducente a uma praxis transformadora.